Sobre


“Dir-se-ia que vivi, durante toda a minha vida, com o sentimento de ter sido afastado do meu verdadeiro lugar. Se a expressão ‘exílio metafísico’ não tivesse nenhum sentido, a minha existência, por si só, conceder-lhe-ia um.” 
“Será para nós a existência um exílio e o Nada, uma pátria?”
 (Emil Cioran)

Meu nome é Fernando Olszewski. Sou bacharel em economia pela Universidade da Dakota do Norte (UND), bacharel em filosofia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e, atualmente, estou concluindo o mestrado em filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Minha pesquisa atual, orientada pela professora Regina Schöpke, é sobre como Arthur Schopenhauer (1788-1860) e Emil Cioran (1911-1995) se apropriaram das religiões anticósmicas — e.g. gnosticismo, além de vertentes do budismo, hinduísmo e cristianismo — para fundamentar sua rejeição do mundo. Anteriormente, entre 2019 e 2021, pesquisei o pensamento niilista e pessimista  da história e da existência encontrado na obra de Cioran, orientado pelo professor Rossano Pecoraro, da UNIRIO. Parte daquele trabalho consistiu em explicar algumas das implicações éticas do pensamento cioraniano — acima de tudo, a rejeição da vida e do devir.

Quando comecei a primeira versão deste blog, há muitos anos atrás, ele tinha uma finalidade e uma temática bastante diferente  da que passou a ter. Com o tempo, mudaram meus posicionamentos sobre diversas coisas. Questões do quotidiano, política, sentido da vida, etc: aos poucos, várias das minhas antigas crenças foram mudando. Caíram por terra muitas das “verdades” que me guiaram até então. Parcialmente devido às mudanças graduais que ocorreram no meu pensamento ao longo dos anos, escrevi pouco, embora a falta de tempo e o descaso também influenciassem. Escrevo do ponto de vista de filosofias negativas ou pessimistas, que defendem a ideia de que o mundo em que vivemos está longe de ser o melhor dos mundos possíveis. Existem consequências ao se chegar a esta conclusão. Uma delas é pensar que, entre o que existe e o nada, talvez fosse melhor o nada, especialmente quando falamos de nossas consciências.

Isso soa deprimente. Admito que seja. Mas continuarei a escrever a partir da minha perspectiva, tentando trazer algo a mais além de apenas uma visão depressiva do assunto, embora a depressão, às vezes, seja perfeitamente cabível. Apesar de defender que a existência não deve ser celebrada, creio que, já que estamos aqui, não há necessidade de torná-la ainda pior. Tal atitude tem implicações éticas e, também, políticas, as quais tento expor em meus textos. As áreas que mais me interessam na filosofia são: ética, filosofia da religião, filosofia da ciência e da tecnologia, filosofia política, niilismo e pessimismo. Alguns outros filósofos que gosto de estudar e que influenciaram meu pensamento são: Sêneca (4 AEC-65 EC), Thomas Hobbes (1588-1679), David Hume (1711-1776), Immanuel Kant, (1724-1804), Peter Wessel Zapffe (1899-1990), Julio Cabrera (1944), David Benatar (1966), entre outros.