Filmes pessimistas

O pessimismo filosófico ou cósmico gira em torno da conclusão de que o fenômeno da vida não é especial para o universo, que o sofrimento é intrínseco à existência sensível e, portanto, a nossa resposta ética deveria ser a rejeição da existência. Os filmes que trarei aqui mostram um universo não liga para os nosso sofrimentos, nem para as nossas lutas ou desejos de melhora. Esses filmes podem ser tomados por essa perspectiva do início ao fim, ou, pelo menos, têm partes marcantes que tocam nessa ideia. Embora forneça uma sinopse de cada filme, não entrarei em todos os detalhes, nem analisarei cada um dos personagens ou cenas. O que farei é apenas um apanhado geral. A lista que faço não é exaustiva e planejo acrescentar novos filmes no futuro.

Atenção: esta lista contém spoilers.

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Ao Limite do Suicídio (The Sunset Limited), 2011, dirigido por Tommy Lee Jones


O filme é baseado numa peça escrita por Cormac McCarthy, o mesmo autor do livro (que gerou o filme) Onde os Fracos Não Têm Vez. A estrutura de Ao Limite do Suicídio é minimalista. A história toda se passa num pequeno apartamento, numa área pobre da cidade mais rica do mundo, Nova York. Há apenas dois personagens dialogando. Ao longo da conversa, descobrimos que os personagens se conheceram na manhã daquele dia e um deles, religioso, impediu que o outro cometesse suicídio jogando-se na frente de uma composição de metrô. A partir daí, desenrolam-se questionamentos sobre a fé religiosa de um e o niilismo extremamente sombrio do outro. Há uma excelente exposição do pensamento pessimista em que o niilista explica para o religioso que a evolução inevitavelmente produz animais capazes de entender a futilidade de todo o processo da vida e que a conclusão lógica deste processo é o suicídio. Num determinado momento, o religioso pergunta: “Se estou entendendo corretamente, você quer dizer que todo mundo que não é um imbecil deve cometer suicídio?”, ao que o niilista responde afirmativamente.

Chinatown, 1974, dirigido por Roman Polanski


Clássico do neo-noir, o filme se passa na década de 1950 e segue Jake Gittes, um detetive particular que descobre uma trama de pessoas poderosas para adquirir terras valiosas na Califórnia a um preço muito abaixo do seu valor de mercado. Durante a investigação, Jake se envolve com a filha de um desses poderosos, Evelyn Cross, que fora estuprada pelo pai, Noah Cross, quando ela tinha apenas 15 anos. Desse estupro, nasceu uma filha. Jake tenta ajudar as duas a fugir para o México, mas o plano não dá certo. Noah e seus capangas descobrem o esconderijo de sua filha e filha-neta no bairro chinês de Los Angeles. Lá, a polícia já espera por eles, pronta para servir ao poderoso Noah. Evelyn não aceita voltar com seu pai e tenta fugir de carro junto com sua filha-irmã. A polícia dispara em direção ao veículo, matando Evelyn com um tiro na cabeça. Noah leva sua filha-neta embora e a polícia solta Jake, já que o objetivo principal de Noah era apenas recuperar suas filhas, especialmente sua filha-neta, quem ele provavelmente irá estuprar pelo resto da vida.

Aniara, 2018, dirigido por Pella Kågerman e Hugo Lilja


O filme é baseado no poema épico de Harry Martinson. Num futuro não tão distante, o ecossistema da Terra está devastado e as pessoas estão se mudando para Marte. Aniara, uma nave luxuosa, leva milhares de passageiros da Terra até Marte em três semanas. No que era para ser mais uma viagem, Aniara acaba sendo atingida por detritos de outra nave e, para não explodir, ejeta seu combustível nuclear. Isso incapacita Aniara, que agora não pode mais ser guiada e está indo numa direção aleatória, rumo a constelação de Lira. O capitão e a tripulação tentam esconder isso para não criar pânico entre os passageiros, mas aos poucos a verdade é revelada. Alguns passageiros caem no desespero, outros no hedonismo. No quarto ano, o número de suicídios aumenta e surgem seitas dedicadas à fertilidade. A protagonista e sua namorada, Isagel, participam de uma orgia e Isagel engravida. A protagonista fica feliz, mas Isagel começa a perder as esperanças. No quinto ano, depois de tentativas frustradas de consertar Aniara, Isagel afoga seu bebê e depois se suicida. No décimo ano, a protagonista recebe uma medalha do capitão e nota que os pulsos dele têm curativos em cima de cortes. Os tanques de alga, que foram usados para produzir oxigênio e comida ao longo dos anos, são contaminados. No vigésimo quarto ano, a protagonista e poucos sobreviventes estão na escuridão, cegos, meditando sobre a quente luz do Sol. No ano 5.981.407, Aniara, já sem vida há milhões de anos, passa na frente de um planeta esverdeado na constelação de Lira.

Seven, 1995, dirigido por David Fincher


O detetive William Somerset, que está prestes a se aposentar, pega um último caso com o recém-chegado detetive David Mills. O caso envolve um assassino em série que mata suas vítimas de acordo com os sete pecados capitais. As primeiras vítimas representam gula, avareza, preguiça, luxúria e soberba. No curso da investigação, Somerset e Mills ficam próximos. Somerset é convidado para jantar com Mills e sua esposa. Dias depois, ela revela para Somerset que está grávida de Mills, algo que Mills ainda não sabe. Antes que os detetives pudessem chegar mais perto do misterioso assassino, ele próprio se entrega à polícia, e, através de seu advogado, revela que existem mais duas vítimas enterradas no deserto fora da cidade. Porém, o assassino só revelará a localização se Somerset e Mills forem sozinhos com ele até o local. Chegando lá, um caminhão de entrega aparece na estrada de terra. Somerset o intercepta, deixando Mills tomando conta do assassino, que está algemado e de joelhos. Somerset abre a caixa entregue pelo motorista do caminhão, que nada tinha a ver com a história, e dentro vê a cabeça da esposa de Mills. Somerset corre para tentar desarmar Mills, mas o assassino conta o que fez, além de contar que a mulher de Mills estava grávida e que a matou pois tinha inveja (um dos pecados capitais) da vida de Mills. Somerset tenta convencer Mills a não atirar no assassino, mas Mills não aguenta e descarrega sua pistola na cabeça do lunático, tornando-se a ira, o sétimo pecado capital.

O Silêncio do Lago (Spoorloos), 1988, dirigido por George Sluizer


Rex e Saskia são um casal viajando entre a Holanda e a França de carro. Após uma briga na estrada em que Rex sai do carro e deixa Saskia sozinha, eles fazem as pazes e Saskia faz Rex prometer que nunca irá abandoná-la novamente. Mais à frente, num posto movimentado de beira de estrada, Saskia desaparece após sair para comprar refrigerantes. Três anos se passam, Rex tem uma nova namorada, mas nunca deixou o caso para trás, pagando por cartazes e até aparecendo na TV para suplicar ao sequestrador para que ele ao menos diga o que aconteceu. Então, o sequestrador, um professor universitário de química, oferece mostrar o que aconteceu com Saskia. Ele busca Rex na Holanda e, no caminho de carro até a França, conta que descobriu ser um sociopata quando era adolescente, mas que passou a ter família e viver uma vida normal. Um dia, passeando com suas filhas, ele salva uma garotinha de afogamento. Ali, ele passa a querer saber se, além de salvar uma vida, ele também era capaz de algo horrível. Ele oferece a Rex a possibilidade de saber exatamente o que aconteceu com Saskia, mas somente se Rex tomar um sonífero. Rex reluta, mas sua angústia o faz beber a droga. Momentos depois, ele acorda e percebe que está enterrado num caixão e entra em desespero. Esse havia sido o destino de Saskia anos antes: morrer lentamente enterrada viva. O assassino segue sua vida normalmente.

Melancolia (Melancholia), 2011, dirigido por Lars von Trier


O filme começa na desastrosa festa de casamento de Justine, na mansão de sua irmã e cunhado, Claire e John. Diversos dramas ocorrem e o casamento de Justine acaba ali mesmo. Porém, antes de toda a comoção, John, que gosta de astronomia, nota que uma estrela não está aparecendo no céu, mas ninguém liga. Na segunda parte do filme, Justine, que está em depressão profunda, é trazida para a mansão. Descobrimos então a razão pela qual a tal estrela estava encoberta naquela noite, meses atrás: um planeta errante, que vaga pelo espaço sem rumo, estava cobrindo sua luz, avançando em direção à Terra. Claire teme uma colisão, mas John tenta tranquilizá-la, afirmando que o consenso científico é de que não há perigo, pois o planeta, apelidado de Melancolia, passará pela Terra sem nos atingir. Melancolia é algumas vezes maior do que a Terra e, caso colidisse conosco, aniquilaria toda a vida. Numa passagem emblemática, Justine diz para Claire que não existe vida fora da Terra, que ela consegue sentir que estamos sozinhos no universo. Ela também diz que toda a vida é má e merece acabar, algo que ela afirma que Melancolia fará ao colidir com o nosso planeta. Finalmente, o dia em que Melancolia cruzará com a Terra chega. John, que acreditava no consenso científico, percebe que Melancolia na realidade se chocará com a Terra e comete suicídio. Claire, desesperada, se agarra à Justine nos seus últimos momentos de vida. Justine, por sua vez, está em paz com a aniquilação total.

O Nevoeiro (The Mist), 2007, dirigido por Frank Darabont


Adaptado de um conto de Stephen King, a história se passa numa cidadezinha no interior dos Estados Unidos que é coberta por um nevoeiro misterioso, que traz dentro de si monstros abomináveis e sanguinários. Dezenas de pessoas se refugiam no mercado da cidade. Desesperados e divididos por fanatismo religioso, alguns humanos começam a querer matar os outros. Um grupo de pessoas sensatas, dentre eles um pai, David, e seu filho pequeno, conseguem escapar do caos para dentro de um dos carros no estacionamento. Liderados por David, eles dirigem horas procurando o fim do nevoeiro, mas encontram apenas morte e destruição. O nevoeiro e os monstros parecem ter tomado o planeta. Armados com um único revólver e poucas balas, os adultos decidem cometer suicídio, enquanto o filho de David, a única criança, dorme. David atira em todos, inclusive no seu filho, mas suas balas acabam. Desesperado, ele sai do carro, esperando ser devorado pelos monstros, mas nada acontece. É aí que vemos um enorme grupo de blindados e tanques fortemente armados, matando e incendiando as criaturas. Vendo que estavam prestes a serem salvos, David começa a gritar.

Viveiro (Vivarium), 2019, dirigido por Lorcan Finnegan


O casal Tom e Gemma vai até uma corretora e encontra um estranho funcionário chamado Martin, que apresenta a eles o conceito de Yonder, um bairro de casas padronizadas. Martin convence o casal a dar uma olhada em Yonder e, depois de visitarem a casa, Tom e Gemma são abandonados lá. Os dois tentam por horas sair de Yonder, mas não importa o trajeto que façam, acabam voltando para a mesma casa. Um dia, uma caixa com um bebê é deixada na frente da casa. Nela há instruções dizendo que eles devem criá-lo. Outras caixas chegam misteriosamente com comida. O bebê cresce mais rápido do que uma criança humana. Tom tenta matar o menino, mas Gemma não permite; porém, com o passar dos meses, ela se arrepende. O menino se torna um adulto forte que se veste como Martin, além de parecer com ele. Basicamente, a função do casal é criar o bebê dessa estranha espécie alienígena. Tom morre e Gemma chega ver outros casais aprisionados em outros complexos, mas é tudo em vão. Já à beira da morte, ela pergunta qual é função da mãe. O novo Martin responde que uma mãe cria o menino e morre. No final, o novo Martin chega na corretora a tempo de colocar o velho Martin num saco mortuário.

Os Comungantes (Nattvardsgästerna), 1962, dirigido por Ingmar Bergman


O filme começa com o pastor luterano, Tomas, terminando o culto de meio dia num vilarejo sueco. Entre os presentes estão Marta, que namorou Tomas após a morte de sua esposa, Jonas, um pescador e Karin, sua esposa, que está grávida de mais um filho. Além deles estão presentes o organista, Fredrik, e o sacristão, Algot. Após o culto, Karin leva Jonas para conversar com Tomas. Ela revela que Jonas está deprimido e amedrontado com o estado das coisas no mundo, principalmente com a ameaça de guerra nuclear. Eles conversam rapidamente, mas Jonas promete retornar em meia hora para que o pastor e ele conversem a sós. Após o casal sair, Marta entra no escritório para consolar Tomas. Ele diz que não sabe se conseguirá ajudar Jonas, visto que está tão deprimido e sem fé quanto. Passada meia hora, Jonas retorna. Tomas inicialmente tenta aconselhá-lo, mas acaba confessando que também não tem fé e se sente abandonado por Deus. Ele conta que, quando era jovem, viu os horrores da guerra civil espanhola e não conseguiu conciliar a imagem de um Deus benevolente com as atrocidades que testemunhou — por isso, resolveu ignorá-las. Ele afirma que o mundo se torna inteligível quando negamos a existência de Deus, pois assim a crueldade da existência e dos homens não precisa ser explicada: ela só acontece, sem um porquê. Jonas vai embora e, depois, comete suicídio explodindo os miolos com seu rifle. Mais tarde, Algot conversa a sós com Tomas e afirma que muito se fala do sofrimento físico de Jesus e pouco se fala do seu sofrimento mental. Algot lembra que, preso na cruz, Jesus clamou por Deus e recebeu de volta o silêncio. Ele pergunta para Tomas se o silêncio de Deus não é pior do que a dor física, ao que Tomas responde sim. Enquanto isso, Fredrik fala com Marta que é melhor ela ir embora daquele lugar, para que não tenha seus sonhos destruídos como todos os habitantes dali.

Rede de Intrigas (Network), 1976, dirigido por Sidney Lumet


O filme se passa na década de 1970 e gira em torno de Howard Beale, um âncora de telejornal viúvo e alcoólatra, que resolve expor no ar toda sua frustração quando recebe a notícia de que será demitido devido a baixa audiência. Howard afirma que toda a vida é uma grande balela, por isso criamos justificativas imaginárias como Deus ou, para quem não acredita em Deus, a grandeza do homem. Seu discurso gera forte comoção e um aumento de telespectadores. Os executivos do canal então passam a usar Beale como um apresentador sensacionalista. Apesar de se enxergar como um idealista, descobrimos que ele está apenas sendo usado pelos donos do poder. Quando ele sai do script uma noite, acaba danificando o fluxo do dinheiro dos poderosos. Por isso, Beale é admoestado pelo dono do conglomerado televisivo, o senhor Jensen. Jensen explica para Beale que não existem democracias, nem ditaduras, nem capitalismo, nem comunismo, nem socialismo, mas sim um fluxo de dinheiro e poder que controla todas as vontades humanas, independente de credo, cultura, religião, ideologia, e que esse fluxo não tem propósito algum, ele apenas ocorre desde que o ser humano emergiu da sopa primordial.

Vale Refeição (Meal Ticket, A Balada de Buster Scruggs), 2018, dirigido pelos irmãos Coen


A Balada de Buster Scruggs é um filme composto por histórias curtas que se passam no velho oeste. É sobre a terceira delas que falarei. Intitulada Vale Refeição, a história segue dois homens, um velho, e o outro novo e deficiente, tendo nascido sem pernas e braços, o que o torna totalmente dependente do velho. Eles são artistas itinerantes, que vão de uma cidadezinha a outra numa carroça guiada pelo velho. Nas praças, o novo se apresenta, declamando poemas de Percy Shelley e discursos de ex-presidentes. A princípio, eles têm plateias grandes. Com o tempo, as plateias diminuem. O velho passa a beber e se irritar com o fardo que é cuidar do rapaz deficiente. Certa noite, o velho vê uma animada plateia assistindo uma galinha que supostamente sabe fazer contas. Depois da apresentação, ele compra a galinha, sem perceber que aquilo era um truque barato. Depois, numa estrada de terra deserta entre as montanhas cobertas de neve, o velho para a carroça ao lado de uma ponte que cruza um rio e, depois de pensar um pouco, joga o pobre do rapaz sem braços e pernas nas águas gélidas.

Os Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers), 1978, dirigido por Philip Kaufman


Elizabeth é uma cientista que trabalha no Departamento de Saúde de San Francisco. Ela descobre flores diferentes na flora local e traz um exemplar para sua casa. O que ela não sabe é que as flores foram produzidas por um casulo alienígena que se ligou à flora local após vir do espaço, fugindo de seu planeta, que estava prestes a morrer. Ela volta para o apartamento que divide com seu namorado, coloca a flor num vaso e eles vão dormir. No dia seguinte, ela percebe que seu namorado está interagindo de maneira estranha, distante, sem emoções. Ela vai até Matthew, seu amigo de trabalho, e aos poucos ele percebe que algo terrível está acontecendo: as pessoas estão sendo mortas e replicadas pelas plantas alienígenas. As réplicas têm a aparência e as memórias dos humanos originais, mas são desprovidas de emoção. Elizabeth, Matthew e um casal de amigos, Jack e Nancy, tentam escapar da cidade, mas acabam perseguidos. Jack é duplicado, depois Elizabeth, para desespero de Matthew. Dias depois, vemos Matthew caminhando pela cidade. Ele observa crianças sendo levadas em caminhões para serem duplicadas. Praticamente todos os adultos já foram duplicados e são, na verdade, alienígenas. Nancy, disfarçando as emoções para não ser pega, vê Matthew no meio de uma praça e tenta sussurrar para dizer que ela ainda era humana. Ele se vira para ela e solta um grito, característico dos alienígenas, alertando todos à volta para capturarem Nancy.

Mártires (Martyrs), 2008, dirigido por Pascal Laugier


A menina Lucie escapa de um cativeiro no qual era submetida a torturas. Ela é resgatada e vai para um orfanato. Lá, vira amiga de Anna, que percebe que Lucie acredita estar sendo atacada por uma aparição. Quinze anos depois, Lucie invade a casa de uma família e mata todo mundo. Anna vai até o local e fica horrorizada com o que sua amiga fez. Para Lucie, a família era responsável pelas torturas que passou na infância. Ela acreditava que conseguiria se livrar da aparição depois que os matasse, mas estava enganada. A aparição volta a atacá-la e Lucie comete suicídio. Anna, em choque, descobre uma passagem secreta para um complexo no porão da casa. Lá, Anna encontra uma jovem aprisionada com marcas de tortura e percebe que Lucie estava certa. Nessa hora, contudo, um grupo aparece, mata a jovem e aprisiona Anna. Uma senhora, chamada de Mademoiselle, vai até Anna e explica tudo: aquele grupo é uma organização filosófica antiga que busca descobrir o que existe após a morte. Para isso, eles torturam jovens até a beira da morte, pois acreditam que, assim, essas mártires conseguem ver o outro lado. Anna é então torturada por meses. No final, é esfolada viva e, moribunda, entra em transe espiritual. Mademoiselle é chamada para escutar seus últimos sussurros. A organização promove um evento para finalmente divulgar o segredo do pós-vida. Enquanto todos estão se reunindo na sala de uma mansão, Mademoiselle conversa com um de seus lacaios através da porta do banheiro. Ela pergunta para ele se ele consegue imaginar o que ocorre após a morte. Ele responde que não, ao que ela replica: “continue duvidando”. Depois, ela atira na própria boca com um revólver.

A Estrada (The Road), 2009, dirigido por John Hillcoat


Baseado num livro de Cormac McCarthy, o filme se passa depois de um apocalipse mundial não especificado. Seguimos um pai e um filho, ainda menino, numa jornada a pé até uma das costas dos Estados Unidos. Eles buscam alguma esperança num mundo completamente cinza, sem comida, onde o solo já não dá mais nada. Há uma escassez completa, ao ponto de quase não existirem outros animais para comer, o que faz com que muitos homens andem em bando, aprisionando pessoas mais fracas com o objetivo de canibalizá-las aos poucos. Vemos flashbacks que mostram a tentativa do pai em convencer a mãe a permanecer com ele na casa, cuidando do filho. Contudo, a mãe perde as esperanças. Ela tenta convencer o pai a matar o filho e depois cometer suicídio junto com ela, algo que muitos vizinhos já fizeram. A razão que ela dá para esse ato extremo é que o mundo acabou, não há mais ordem, além de que não há mais comida e nem esperança alguma de um retorno ao normal. Ela cita os bandos de homens que estão se aproveitando dessa situação para estuprar mulheres e crianças e depois comê-las para sobreviver. Num dos flashbacks, vemos que a mãe abandonou os dois. A única coisa que mantém viva a esperança do homem é salvar o menino, para quem ele diz que devemos sempre manter a acesa “chama” da humanidade.

Alien: o 8º Passageiro, 1979, dirigido por Ridley Scott


A tripulação do cargueiro espacial Nostromo está há meses em cápsulas de animação suspensa retornando à Terra. O computador da Nostromo acorda os sete tripulantes após receber um misterioso sinal de vida inteligente, algo que é política da corporação Weyland-Yutani, dona da cargueiro. O computador diz que o sinal parece ser de SOS. A tripulação pousa no planetoide de onde o sinal é emitido e encontra uma nave alienígena acidentada há milhares de anos. Dentro, encontram um alienígena gigante fossilizado com um buraco no tórax. Explorando mais, um dos tripulantes, Kane, acha centenas de ovos estranhos preservados. Um dos ovos se abre e um parasita se gruda à sua face. Ripley, oficial da Nostromo, percebe que o sinal não era SOS, mas de alerta. Depois de um tempo, já de volta à Nostromo, o parasita se desprende de Kane e ele acorda. Tudo parece ir bem, mas uma criatura, um xenomorfo, emerge do tórax de Kane, matando-o. Ao longo do filme o xenomorfo cresce rápido e vai matando um por um. Descobrimos que um dos oficiais da Weyland-Yutani é um sintético e ele, sob comando da corporação, está disposto a sacrificar todos ali por conta do potencial econômico do xenomorfo. Só Ripley escapa com vida. O universo é malignamente indiferente com a vida.

O Enigma do Outro Mundo (The Thing), 1982, dirigido por John Carpenter


O Enigma do Outro Mundo baseia-se na história de ficção científica intitulada de Who Goes There?, do escritor John W. Campbell, Jr. Além do material original de Campbell, John Carpenter também foi influenciado pelo horror cósmico de H.P. Lovecraft. O filme se passa numa base americana isolada na Antártida. A história começa com um helicóptero da base norueguesa perseguindo um cachorro, que corre para a base americana. Do helicóptero, dois noruegueses tentam matar o cachorro e atacam os americanos, que revidam e matam os noruegueses. Após eventos bizarros na base, os americanos descobrem que os noruegueses haviam desenterrado uma nave alienígena que estava debaixo do gelo há 100 mil anos. Descobrem também que havia um ocupante e que esse ser tem a habilidade de consumir outras formas de vida, absorvendo-as e imitando-as. A paranoia toma conta de todos na base. O filme passa a mensagem de que o universo é extremamente hostil e indiferente para com nossa individualidade e, também, para com os anseios coletivos da nossa espécie, já que a criatura consome, absorve e imita todos as outras formas de vida animal que consegue dominar, adquirindo suas memórias e sua inteligência.

Alien 3, 1992, dirigido por David Fincher


Alien 3 foi considerado decepcionante pelos fãs, que se sentiram traídos ao verem um desfecho tão triste para os personagens do filme anterior. Contudo, Alien 3 é coerente com o universo no qual se passam os primeiros filmes. Neles, há uma mega corporação, chamada Weyland-Yutani, que tenta a todo custo adquirir os xenomorfos para seu próprio benefício. Para isso, a corporação sacrificou uma tripulação de cargueiro espacial e uma colônia espacial repleta de civis. Em Alien 3 não é diferente. O filme começa onde termina o segundo: Ripley e os sobreviventes do segundo filme estão em cápsulas de animação suspensa, dentro da nave Sulaco, que ruma à Terra. Um incêndio ocorre na Sulaco enquanto eles dormem e o computador da nave ejeta o compartimento de animação suspensa, que cai num planeta-prisão, administrado pela Weyland-Yutani. Todos morrem no impacto, menos Ripley. Porém, ovos de xenomorfo estavam escondidos no compartimento. Um deles se abre e libera seu parasita, que se gruda a um cachorro. O cão gesta um novo xenomorfo, que começa a assassinar os prisioneiros. No meio do caos, Ripley descobre que está gestando um xenomorfo rainha, tendo ela própria sido parasitada enquanto estava em animação suspensa. O objetivo de Ripley passa a ser frustrar os planos da corporação. Sua vitória é a derrota da corporação e, para que isso ocorra, todas as criaturas precisam ser incineradas, o que significa que ela também terá que morrer. Entretanto, no final, a corporação continua sendo toda-poderosa. Pouco muda, tirando o fato de que agora Weyland-Yutani não poderá mais usar aquela forma de vida extremamente perigosa.

A Mosca (The Fly), 1986, dirigido por David Cronenberg


Um cientista brilhante, Seth Brundle, inventa o teletransporte entre duas cápsulas. A princípio, ele tem dificuldades para teletransportar seres vivos, que sempre saem deformados e mortos na segunda cápsula. Após Seth se envolver com uma repórter, Veronica, ele finalmente consegue resolver o problema. Veronica testemunha Seth teletransportar um macaco, que sai são e salvo na segunda cápsula. Depois, ele resolve testar o teletransporte por si mesmo, mas não percebe que uma mosca entra junto na primeira cápsula. Seu DNA é fundido com o da mosca, um processo que Seth é incapaz de reverter. Com o passar do tempo, vemos Seth se metamorfoseando aos poucos num monstro híbrido. Para tornar as coisas ainda piores, Veronica descobre estar grávida. Sem saber se concebeu antes ou depois da fusão genética de Seth com a mosca, ela resolve fazer um aborto. Chorando, Seth suplica para que ela não aborte, pois o filho deles será a única coisa que terá deixado para trás. Quando a metamorfose termina, o mostro, agora sem consciência humana, tenta arrastar Veronica para a primeira cápsula, com o objetivo de fundir ela e ele num só organismo. Veronica é salva por um amigo. O monstro, porém, não consegue sair da cápsula a tempo e é teletransportado junto com um pedaço da porta. Agonizando de dor depois de ser fundido a um pedaço de porta, a criatura se arrasta no chão até Veronica, que agora segura uma escopeta trazida por seu amigo. O monstro usa uma de suas patas para apontar a escopeta para sua própria cabeça. A princípio, Veronica chora e se recusa a matá-lo, mas a criatura está sofrendo muito. Veronica então explode os miolos do seu grande amor.

O Mensageiro do Último Dia (The Empty Man), 2020, dirigido por David Prior


Em 1995, os amigos Greg, Fiona, Ruthie e Paul fazem trilha nas montanhas do Butão. Paul cai numa fenda e entra em transe, possuído por uma entidade, algo que os outros não entendem. Dias depois, influenciado pela entidade dentro de Paul, Ruthie mata Greg e Fiona e depois se mata. Em 2018, acompanhamos o ex-policial James Lasombra. Nora, sua amiga, pede para que ele encontre Amanda, sua filha, que acabou de desapareceu. Ele descobre que amigos de Amanda se suicidaram de formas bizarras. Na delegacia, um detetive conta para James do caso de uma mãe que deu seu bebê para cachorros de rua comerem. O detetive diz que mesmo que ela pegue a pena de morte, isso não resolve o caso, pois, para ele, “não podemos indiciar o cosmos”. James descobre que Amanda faz parte de uma seita chamada Instituto Pontifex, que existe há décadas e pretende conjurar um homem vazio, uma tulpa, através do poder da mentalização em grupo. James encontra membros da seita cultuando Paul, que está em coma há décadas num hospital. De muitos em muitos séculos, essa entidade cósmica se apossa de alguém para transmitir uma mensagem de loucura niilista. Amanda revela que para James que ele é uma tulpa, uma manifestação física criada há apenas três dias para servir de novo veículo para a entidade. Como os veículos entram em coma profundo depois de um tempo, e como demora muito tempo entre um veículo e outro, o Instituto Pontifex decidiu criá-lo para servir de receptáculo e acelerar o processo. James, desesperado ao saber que sua vida é uma mentira, sucumbe à entidade e atira na cabeça de Paul. Fora do quarto do hospital, diversos cultistas se ajoelham para ele.

Sob a Pele (Under the Skin), 2013, dirigido por Jonathan Glazer


O filme segue uma protagonista alienígena que se disfarça de humana para seduzir homens que são lentamente mortos e consumidos ao serem submersos num líquido bizarro. Além dela, há um outro alienígena, disfarçado de homem, que monitora suas atividades circulando de moto. Numa determinada cena, a alienígena está numa praia vazia conversando com um surfista, tentando atraí-lo. Há também um casal com um bebê. Os pais entram na água, deixando o bebê na areia, mas acabam sendo arrastados pelo mar agitado. O surfista tenta salvá-los, sem sucesso, e depois deita exausto na areia. A alienígena pega uma rocha e bate com força na cabeça dele, fazendo-o desmaiar. Ela arrasta seu corpo para a van, ignorando o bebê que chora sozinho na praia, próximo ao mar revolto. Porém, ela acaba desenvolvendo uma certa empatia pela humanidade e pelo seu próprio disfarce de humana. Ela abandona sua missão e passa a viajar pela Escócia, vivendo experiências diferentes. Ao caminhar sozinha numa trilha, ela passa por um caminhoneiro. Quando o tempo piora, ela entra num abrigo público e dorme. Ela acorda com o caminhoneiro tentando molestá-la e foge. O caminhoneiro a alcança e tenta estuprá-la, mas acaba arrancando a sua pele de humana. Com medo, ele taca querosene na alienígena e acende o fogo, queimando-a viva.

A Autópsia (The Autopsy, Gabinete de Curiosidades), 2022, dirigido por David Prior


Parte da antologia Gabinete de Curiosidades, a história se passa na década de 1978. Nela, seguimos o patologista Carl, que vai até uma cidadezinha a pedido do seu amigo, o xerife Natan, para realizar a autópsia de mineiros soterrados numa explosão. A explosão ocorreu depois que Joe Allen, suspeito de assassinatos macabros, entrou na mina com uma esfera misteriosa nos braços. Durante as autópsias, que estão sendo gravadas em fita de áudio, o corpo de Allen volta à vida e amarra Carl numa das macas. A criatura dentro de Allen explica que é de uma espécie alienígena que, ao longo das eras, adaptou-se para parasitar outras formas de vida. Esses seres são pequenos e horríveis, desprovidos de grande habilidade sensorial. Eles possuem apenas pequenos tentáculos que usam para pilotar sua nave, a esfera, e adentrar os corpos de suas vítimas. Eles usam os corpos de seus hospedeiros para sentir prazer e se alimentar. Agora que o corpo de Allen está morto, a criatura precisa de um novo hospedeiro urgentemente, visto que quase não tem mais sangue interno para se alimentar. Porém, ao realizar a transferência, a criatura se torna temporariamente vulnerável. Carl consegue pegar o bisturi, mas por ter as mãos amarradas perto da cabeça, não consegue esfaquear o alienígena, que está lentamente entrando no seu corpo por um corte no abdômen. Carl então esfaqueia seus próprios olhos, ouvidos, cordas vocais e garganta. Ele escreve em seu peito, com sangue: “escute a fita e me queime”. A criatura se comunica internamente com Carl, que ri, dizendo que vandalizou o corpo. Carl sangra até a morte e Natan o encontra na manhã seguinte.

Cafarnaum, 2018, dirigido por Nadine Labaki


Zain é um menino de cerca de 12 anos. Ele tem muitos irmãos e irmãs e vive na periferia de Beirute. Não sabemos a idade exata dele e dos irmãos, pois nunca foram registrados. Nenhum estuda, todos trabalham vendendo o que dá nas ruas. Zain também ajuda no armazém de Assad, que é dono do apartamento apertado onde vive. Assad, que tem mais 30, é interessado em Zahar, irmã favorita de Zain, que tem 11 anos. Assim que ela começa a menstruar, os pais a dão para Assad. Zain se revolta e foge. Nas ruas, ele acaba numa favela, onde ajuda a tomar conta do bebê de uma refugiada etíope chamada Rahil, que tem documentos falsos fornecidos pelo comerciante Aspro. Um dia, Rahil é presa pela imigração. Sem dar conta do bebê, Zain acaba a aceitando a proposta de Aspro, que compra o bebê para vendê-lo para adoção. Na esperança de ir embora do Líbano, Zain retorna para casa em busca de algum documento, mas nenhum existe. Lá, descobre que Sahar engravidou de Assad, teve complicações e morreu na porta do hospital por não ter documentos. Ele esfaqueia Assad, que sobrevive, e é sentenciado a 5 anos. Sua mãe o visita na prisão, conta que está grávida e diz que Deus não tira algo sem dar algo em troca. Ao ouvir isso, Zain se desespera. Na prisão, ele liga para um programa de TV e diz que deseja processar seus pais por ter nascido. Uma advogada aceita o caso. Zain diz à corte que a vida é uma merda e que seu maior desejo é que seus pais, que sempre maltrataram ele e os irmãos, parem de ter filhos, já que eles só sofrerão como ele e os irmãos sofrem.

Oslo, 31 de agosto, 2011, dirigido por Joachim Trier


No filme, acompanhamos Anders no segundo dia de alta provisória de uma clínica de reabilitação. Após passar a noite do primeiro dia com uma ex, ele tenta se afogar sem sucesso num lago e retorna à clínica para terapia de grupo, sem revelar nada. Ele é liberado novamente para ir até Oslo, onde tem entrevista de emprego. Antes da entrevista, ele se encontra com Thomas, um velho amigo, agora casado e com filha. Anders revela que não sente nada, nem quer começar de novo aos 34. Ao se despedirem, Thomas pede para que Anders não faça nada de ruim. Thomas também o convida para uma festa na casa de uma amiga. Anders sabota a entrevista e sai frustrado. Ele tenta se encontrar com sua irmã, mas ela não quer vê-lo. Além disso, ele liga diversas vezes para uma ex, que não atende. Anders vai até a festa e encontra amigos que não sabiam que ele estava sóbrio. Lá, ele enche a cara, rouba dinheiro de duas bolsas e, depois, vai até seu traficante comprar uma grama de heroína. Anders segue para outras baladas com amigos. Na manhã do dia seguinte, ele vai até a casa de seus pais, que está vazia e prestes a ser vendida para pagar o seu tratamento. No seu antigo quarto, ele injeta toda a heroína e morre.

Match Point, 2005, dirigido por Woody Allen


Chris Wilton é um ex-tenista profissional jovem que começa a dar aulas de tênis num clube de alta sociedade em Londres. Lá, ele fica amigo de Tom Hewett, filho de Alec, empresário magnata, e começa a namorar a irmã de Tom, Chloe, por interesse. Após Chris conhecer a namorada de Tom, Nola, uma aspirante a atriz, ele fica obcecado por ela. Eles começam a ter um caso escondido, mas Tom rompe o relacionamento e Nola volta para os EUA. Ajudado por Chloe, Chris passa a trabalhar para Alec. Chloe e Chris se casam e tentam conceber um filho, sem sucesso. Meses depois, Nola volta para Londres e Chris, ainda obcecado, convence ela a retomar o caso. Ela se apaixona por Chris, mas Chris, que subiu tão rápido na vida graças ao pai de Chloe, não quer largar a riqueza que conquistou e começa a se afastar de Nola. Nola engravida, se recusa a abortar e exige que Chris largue tudo por ela. Chris, então, usa uma das armas de seu sogro para matar a vizinha de Nola e a própria Nola, forjando um assalto relacionado à drogas. Ao descobrirem que Chris tinha um caso com Nola, detetives passam a desconfiar de Chris, mas um sem-teto drogado é assassinado na região e, por sorte, esse sem-teto estava com um do anéis da vizinha de Nola, que Chris anteriormente tentou jogar no rio Tâmisa. Os detetives fecham o caso sem implicar Chris, nem revelar o seu caso com Nola. Numa noite, Chris é visitado pelo espectro de suas vítimas, mas diz que ele é plenamente capaz de reprimir sua culpa em nome da boa vida que terá, e que algumas pessoas têm sorte, outras não. No final, Chloe concebe e tem seu filho.      

Blade Runner, 1982, dirigido por Ridley Scott


Baseado no livro Do Androids Dream of Electric Sheep? de Philip K. Dick. No filme, acompanhamos Rick Deckard, um blade runner, detetive cujo trabalho é encontrar e “aposentar” (i.e. destruir) robôs biológicos conhecidos como replicantes. Os replicantes, feitos pela corporação de Eldon Tyrell, são usados em diversos trabalhos considerados perigosos para humanos fora do planeta, em colônias de exploração. A história começa quando os chefes de Deckard pedem para ele encontrar quatro replicantes que vieram ilegalmente para a Terra. Esses replicantes descobrem que têm poucos anos de vida e que este prazo está acabando. Um deles, Batty, vai até Tyrell e pede mais tempo de vida, algo que Tyrell diz ser impossível. Batty então mata Tyrell. No final, Deckard consegue eliminar todos os replicantes, mas é quase morto por Batty, que está começando a falhar. Na luta final, Deckard acaba pendurado no terraço de um arranha-céu, mas é salvo por Batty. Machucado, Deckard escuta o discurso de morte proferido pelo replicante. Batty diz que todas as memórias fantásticas que ele tem do espaço e de suas aventuras se perderão como lágrimas na chuva. Suas últimas palavras são: hora de morrer.


>>> Atualizado dia 26 de setembro de 2025. Ao longo das atualizações, novos filmes foram adicionados, enquanto que alguns filmes foram removidos após reconsiderações. <<<


por Fernando Olszewski